Incêndios em navios reforçam a importância do seguro

É cobrado de 2% a 7% do custo da mercadoria e frete dos envolvidos em acidentes. Valores são cobertos pelo seguro de transporte.

O transporte de cargas internacional, principalmente o marítimo, é passível de uma série de sinistros por conta da sua natureza, mas nenhum deles é tão delicado quanto um incêndio a bordo. Se a tripulação não conseguir controlar o fogo, ele pode se espalhar comprometendo não apenas toda a carga, mas a própria estrutura do navio. Dependendo da sua localização no globo, a embarcação pode ficar à deriva e vários dias sem ajuda externa.

Para evitar situações críticas como essa, pode ser declarada “Avaria Grossa” (General Average), ou seja, a liberação de qualquer procedimento necessário para evitar um mal maior e garantir o salvamento do navio e da sua carga.

A questão é que, quando isso acontece, as despesas e danos derivados dos procedimentos de salvamento serão rateados proporcionalmente entre o armador e proprietários das cargas. De maneira geral, é cobrado de 2% a 7% da soma do custo da mercadoria e frete dos envolvidos, valores que são cobertos pelo seguro de transporte internacional.

Porém, os importadores que não tiverem seguro serão obrigados a depositar na conta do armador o valor definido de sua participação na avaria, ou não receberão suas cargas. “São por situações como essa que orientamos aos importadores que jamais realizem suas operações sem a contratação de um seguro de transporte internacional, pois correm risco de sofrerem um enorme prejuízo financeiro, mesmo que sua carga não sofra dano algum”, alerta Mariana Miranda, gerente de Subscrição Cargo Marine da Argo Seguros.

Acidentes acontecem

A prova mais recente que esses acontecimentos são mais comuns do que parece, aconteceu semana passada. Uma explosão seguida de incêndio em um dos maiores e mais modernos navios de cargas do mundo, o Maersk Honam, interrompeu o trajeto da embarcação, que seguia de Singapura para Suez, pelo mar da Arábia.

Em 2015, outro acidente envolvendo navio de cargas chamou a atenção do mundo. O Maersk Londrina, um porta-containers que fazia a linha regular entre portos asiáticos e brasileiros, sofreu explosão seguida de incêndio em um dos seus porões. A embarcação teve 15 contêineres destruídos pelo fogo e outros 332 avariados.

Naquela ocasião, os armadores proprietários do navio declararam Avaria Grossa, fazendo com que as despesas extraordinárias de todos os procedimentos para o salvamento fossem divididas proporcionalmente entre eles e os proprietários das cargas.

“O seguro de transporte internacional cobre as mercadorias transportadas contra os mais diversos riscos, como por exemplo acidentes, operações de carga e descarga, queda, molhadura, incêndio, roubo, extravio e, claro, Avaria Grossa. E em caso de sinistro, as seguradoras responsáveis irão intermediar e coordenar todas as medidas de proteção às cargas seguradas”, explica a executiva.

Vale lembrar que o seguro oferece ainda diversas coberturas adicionais para eventos extraordinários, como guerra e greves. Dependendo da apólice, as seguradoras ficam responsáveis também após o desembarque e no percurso complementar até o destino final.

M.S.
Revista Apólice

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